Francisco Adolfo Coelho (Coimbra, 15 de Janeiro de 1847 — Carcavelos, 9 de Fevereiro de 1919), filólogo, escritor e pedagogo, autodidacta, foi uma das figuras mais importantes da intelectualidade portuguesa dos finais do século XIX. Uma infância difícil começaria por deixá-lo órfão de pai, com apenas 19 meses de idade. Frequentou o liceu em Coimbra e, aos 15 anos, ingressou no curso de Matemática da Universidade local. Insatisfeito, no entanto, com o ambiente que aí encontrou, dois anos depois abandona os estudos universitários. Impôs então a si próprio um programa de estudos centrado em autores alemães, aprendendo para o efeito a língua alemã. Ao longo da sua vida realizou notáveis trabalhos em pedagogia, linguística, etnografia e antropologia. Foi professor no Curso Superior de Letras, onde ensinou Filologia Românica Comparada e Filologia Portuguesa e assistiu à sua transformação em Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Foi director da Escola Primária Superior de Rodrigues Sampaio, criada por sua iniciativa. Exerceu também actividades docentes na Escola Normal Superior de Lisboa. Participou em várias comissões de ensino médio e superior, como vogal ou presidente, tendo, nessa qualidade, elaborado importantes relatórios. Apresentou a palestra "A Questão do Ensino" (1871) nas célebres Conferências do Casino, organizadas por Antero de Quental e Jaime Batalha Reis. No seu livro homónimo publicado no ano seguinte, Adolfo Coelho fala sobre a necessidade e fins do ensino; examina as formas e tipos do ensino em Portugal, que considera em decadência pela aliança entre Igreja e Estado, defendendo a respectiva separação e a promoção da liberdade do pensamento. As suas concepções pedagógicas fundamentavam-se na convicção de que através da educação seria possível regenerar o país. Organizou um importante Museu Pedagógico na Antiga Escola do Magistério Primário de Lisboa. Esboço Bibliográfico da Obra de F. Adolfo Coelho para a História da Instrução Popular |