As políticas e as práticas do sistema educativo exercem, reconhecidamente, uma influência decisiva no desenvolvimento cultural, social e económico dos países. A exposição - QUATRO DÉCADAS DE EDUCAÇÃO (1962-2005) - pretende ser uma retrospectiva das políticas de educação e ensino em Portugal, protagonizadas pelos Ministros da Educação durante aquele período. A intenção subjacente consiste em disponibilizar aqui informação relativa à evolução do sistema educativo, no seu todo ou em aspectos parcelares, que permita, não só encontrar um sentido para aspectos marcantes que o caracterizam no presente, mas também definir alternativas de política para o futuro. Esta iniciativa acontece quando se comemora o 245.º aniversário da criação da Directoria-Geral dos Estudos - tida como a génese do Ministério da Educação - e da nomeação de D.Thomaz de Almeida como seu primeiro Director-Geral, efeméride a que oportunamente foi dado o devido relevo, através de uma exposição documental e bibliográfica. O período coberto pela presente retrospectiva é, porém, bem mais curto. Todavia, rico em diversidade e, por isso, em multiplicidade de formas de olhar para o ensino e a educação em Portugal. Com efeito: Começa no período final do Estado Novo; passa pela chamada Primavera Marcelista; vive a Revolução de Abril de 1974; atravessa as vicissitudes dos Governos Provisórios até 1976; e acompanha o processo de lenta estabilização da democracia ao longo dos 17 Governos Constitucionais. Acresce que a mencionada diversidade resulta também do perfil dos actores principais deste processo evolutivo - os Ministros - atenta a sua formação académica, percursos profissionais e de vida (Ciências, Letras, Artes, e Forças Armadas), bem como as suas posições políticas e partidárias. Com esta iniciativa, a Secretaria-Geral dá mais um passo no exercício das competências que lhe foram cometidas pela lei orgânica do Ministério da Educação, aprovada pelo Decreto-lei n.º 208/2002, de 17 de Outubro, no que respeita ao mandato específico da preservação e valorização do património cultural de natureza arquivística, museológica e arquitectónica do ensino e educação. É neste contexto que se insere a ideia do Museu Virtual da educação, génese do que queremos que seja, no futuro, o Museu Patrimonial da Educação. É oportuno realçar aqui a consonância deste projecto com as medidas de política previstas no Plano de Acção e-Europe 2005, aprovado em Junho de 2002 no Conselho Europeu de Sevilha, no qual se preconiza, nomeadamente, a ligação em banda larga das Universidades, Escolas, Museus, Bibliotecas e Arquivos. Com efeito, o objectivo visado consiste na criação de uma plataforma que permita, por um lado, o acesso generalizado ao sistema educativo; e, por outro lado, a comunicação interactiva do Ministério da Educação com os seus públicos-alvo (alunos, professores e pais), com os investigadores e com outras entidades e público em geral. No que respeita à estrutura do projecto, é nossa intenção imprimir-lhe um carácter evolutivo e dinâmico. Assim:
Anima-nos, com efeito, uma atitude transcendente perante a nossa existência pessoal, no sentido de que, sendo as conquistas do progresso de que usufruímos, produto do esforço dos seres humanos que nos precederam, é nossa obrigação ética acrescentar algum valor ao que deles recebemos, a favor dos nossos vindouros. Manuel Gameiro (Secretário-Geral) |