Secretaria-geral

1913-1920

ANTÓNIO JOAQUIM DE SOUSA JÚNIOR
7 de Julho de 1913 a 9 de Fevereiro de 1914
22 de Novembro de 1924 a 15 de Fevereiro de 1925
 
Nasceu em Praia da Vitória, Terceira, Açores, a 15 de Dezembro de 1871.
Frequentou o Seminário e o Liceu de Angra do Heroísmo, ingressando posteriormente na Academia Politécnica do Porto e, depois, na Escola Médico-Cirúrgica desta cidade ( 1892-1898). Lente em Medicina, colaborou com Ricardo Jorge. Maçon desde 1909, filiado no Partido Progressista, foi deputado às Constituintes em 1911.
No governo de Afonso Costa foi Ministro da Instrução de 9 de Janeiro de 1913 a 9 de Fevereiro de 1914. Participou na I Grande Guerra como chefe dos serviços de saúde da Base do Corpo Expedicionário Português. Voltou, terminada a Grande Guerra, a exercer o cargo de Ministro da Instrução Pública, agora no governo de José Domingos dos Santos, de 22 de Novembro de 1924 a 15 de Fevereiro de 1925. Faleceu no Porto a 7 de Junho de 1938.


JOSÉ DE MATOS SOBRAL CID
9 de Fevereiro de 1914 a 12 de Dezembro de 1914
Nasceu em Lamego a 29 de Junho de 1877.
Licenciou-se em Medicina na Universidade de Coimbra, instituição em que viria a doutorar-se Médico e professor universitário, leccionou as cadeiras de Psiquiatria nas Faculdades de Medicina de Coimbra ( 1902-1911) e de Lisboa ( 1911-1941 ). Foi Director do Hospital Miguel Bombarda, de 1923 até à data da sua morte.
Iniciou a sua actividade política como deputado regenerador, ocupando o Governo Civil de Coimbra entre 1903-1904.
Na vigência do regime republicano ocupou a pasta da Instrução entre 9 de Fevereiro e 26 de Junho de 1914 e, de novo, desde esta data até 12 de Dezembro desse mesmo ano. Faleceu em Lisboa a 28 de Abril de 1941.


FREDERICO ANTÓNIO FERREIRA DE SIMAS
12 de Dezembro de 1914 a 25 de Janeiro de 1915
29 de Novembro de 1915 a 15 de Março de 1916
 
Nasceu em Lisboa, a  11 de Maio de 1872.
Cursou a arma de Artilharia na Escola do Exército, enveredando pela carreira militar.
Exerceu actividade docente na Escola do Exército, no Instituto de Odivelas, a partir de 1910, na Escola de Guerra, em 1914 e no Instituto Comercial ( de 1913 a 1942 ).
Ainda no sector da educação ocupou os cargos de Director da Escola Normal Feminina de Lisboa (a partir de 1910), de inspector do Liceu Pedro Nunes e de Vogal da Comissão de Organização do Ensino Primário (1911) e do Conselho Superior do Ensino Técnico. Foi Director do Instituto de Odivelas desde 1919 ( data em que foi nomeado adido militar em Washington, lugar de que não tomou posse ) até 1941. Vogal em diferentes comissões de estudo foi também Presidente do Conselho Tutelar dos Exércitos de Terra e Mar (1941).
Filiado no Partido Republicano Português, sobraçou a pasta da Instrução entre 12 de Dezembro de 1914 e 25 de Janeiro de 1915 e, pela segunda vez, de 29 de Novembro de 1915 a 15 de Março de 1916.
Foi ainda senador por Faro e pela Guiné, tendo regressado ao Governo, agora como Ministro do Comércio, entre 15 de Fevereiro e 1 de Julho de 1925. Passou à reserva da vida militar em 1931. Morreu em Lisboa a 7 de Outubro de 1945.


JOAQUIM PEREIRA PIMENTA DE CASTRO (interino)
25 de Janeiro de 1915 a 28 de Janeiro de 1915
 
Nasceu em PIAS, Mação, a 5 de Novembro  de 1846.
Iniciou estudos em Coimbra, onde, após concluir a instrução elementar, ingressou na Faculdade de Matemática, obtendo aí o bacharelato.
Assentou praça em 1867 e cursou a arma de Engenharia.
Estreou-se em cargos governamentais a 3 de Setembro de 1911, assumindo a pasta da guerra, que manteve apenas até 8 de Outubro desse ano .
Chamado ao poder por Manuel de Arriaga num golpe de estado de palácio ascendeu à presidência do governo em 25 de Janeiro de 1915, acumulando as pastas da Instrução Pública ( a título interino ), de 25 a 28 de Janeiro de 1915, da Guerra, de 25 de Janeiro a 14 de Maio de 1915 e dos Negócios Estrangeiros, entre 28 de Janeiro e 4 de Fevereiro de 1915.
Deposto pela revolução de 14 de Maio de 1915, foi preso e deportado para Angra do Heroísmo. Faleceu a 14 de Maio de 1918.


MANUEL GOULART DE MEDEIROS
28 de Janeiro de 1915 a 15 de Maio de 1915

Nasceu na Horta,  a 29 de Março de 1861.
Estudou em Lisboa na Escola Politécnica e, depois de assentar praça em 1880, a Escola do Exército.
Na carreira militar passou à reserva em 1919 e à reforma em 1931.
Após a implantação da República foi deputado pela Horta e senador (ambos em 1911), vindo a ascender a vice-presidente e presidente do Senado.
Maçon desde 1911, na Loja Livre Exame e com o nome simbólico de Gomes Freire, desempenhou cargos de relevo no Grande Oriente Lusitano Unido, nomeadamente o de Presidente interino do Conselho da Ordem (1913). Desempenhou funções na Companhia de Caminhos de Ferro Portugueses, como membro do Conselho de Administração e administrador delegado do Governo.
Integrou o Governo, como Ministro da Instrução Pública, entre 28 de Janeiro e 14 de Maio de 1915. Faleceu em Lisboa a 18 de Fevereiro de 1947.
 

JOSÉ DE CASTRO
15 de Maio de 1915 a 17 de Maio de 1915
14 de Junho a 19 de Junho de 1915 (interino)
 
Nasceu em Valhelhas, Guarda, em 7 de Abril de 1948.
Estudou em Coimbra, onde se licenciou em Direito em 1877.
Enquanto advogado exerceu na Guarda ( 1877-1885 ), no Fundão (1885-1890) e em Lisboa, a partir de 1890.
Filiado, de 1878 a 1881, no Partido Progressista, aderiu, neste último ano, ao partido republicano Português. Fundou o Centro Republicano e o primeiro semanário de cariz republicano da Guarda, O POVO PORTUGUÊS (1882-1884).
Maçon desde 1869, atinge, depois de 1910, o grau de Grão-mestre adjunto da maçonaria.
Participou na organização da comissão de resistência que precedeu o 5 de Outubro de 1910. No ano seguinte foi deputado pela Covilhã e integrou a comissão constitucional.
Integrou o Governo de João Chagas, como Ministro da Instrução Pública, entre 15 e 17 de Maio de 1915, data em que ascendeu à chefia do Governo, acumulando, até final do mandato (18 de Junho de 1915), as pastas da Guerra e do Interior e, interinamente (de 14 a 18 de Junho) a pasta da Instrução Pública.
Chefiou novo governo de 18 de Junho a 29 de Novembro de 1915, sendo também responsável pela pasta da Guerra (até 22 de Julho) e da Marinha (durante o período de chefia do Governo).
Faleceu em Lisboa a 30 de Junho de 1929.

 

SEBASTIÃO DE MAGALHÃES LIMA
17 de Maio de 1915 a 19 de Junho de 1915
 
Nasceu no Rio de Janeiro, a 30 de Maio  de 1850.
Tinha seis anos de idade quando veio para Lisboa, entrando no Colégio Alemão para frequentar os estudos preparatórios que haveriam de o conduzir à matrícula na Faculdade de Direito. Concluiu o curso em 1875, com a classificação de Distinto, tendo sobressaído os seus conhecimentos de línguas estrangeiras, pouco vulgares no seu tempo.
Em Coimbra conviveu com a celebrada “Geração de 70”, de que seria um dos notáveis representantes. Aí se distinguiu pelos seus dotes oratórios ao serviço das suas convicções republicanas e iberistas. Patriota e latino convicto, era na federação ibérica – como etapa para uma federação dos povos latinos –que ele via a salvação de Portugal.
De 1875 a 1879 Magalhães Lima exerceu advocacia, aliás sem grande convicção. Em 1879 veio para Lisboa, enveredando pelo jornalismo profissional. Dirigiu, sucessivamente, o Commercio de Portugal (1879-1880 ), O Século, de que foi fundador (1881-1896), A Folha do Povo (1898) e, por fim, A Vanguarda (1898 – 1911), periódicos de combate, em boa parte responsáveis pelo avanço da causa republicana. Foi várias vezes candidato a deputado republicano e membro do Directório do Partido Republicano Português. Em simultâneo, viajava pela Europa, difundindo as suas causas em congressos internacionais, sendo, nos primórdios do século XX, um dos portugueses mais conhecidos e prestigiados além-fronteiras.
Coube-lhe, com José Relvas, a responsabilidade de importante missão diplomática a França e Inglaterra, para garante da proclamação da República sem intervenção daquelas potências. Segundo um dito da época a República foi proclamada na província pelo telégrafo.

 
 
JOÃO LOPES DA SILVA MARTINS JÚNIOR
19 de Junho de 1915 a 29 de Novembro de 1915

Nasceu no Porto, a 9 de Dezembro de 1866.
Estudou nessa cidade, frequentando a Academia Politécnica e a Escola Médico-Cirúrgica,instituição esta onde obteve o bacharelato em 1888. Nos dois anos seguintes, frequentou as Universidades de Berlim e Viena, realizando diferentes missões de estudo a França, Inglaterra, Bélgica, Holanda e Suiça.
Repartiu a vida profissional entre o exercício da medicina, a docência e a carreira de oficial do exército. Em 1895 ascendeu a lente da Escola Médica do Porto.A carreira académica levou-o ainda a Director do Observatório Metereológico da Faculdade de Medicina do Porto, a Director da Faculdade no biénio 1922-1923 e à Reitoria da Universidade nos anos 1927-1928.
No âmbito político integrou a vereação do município portuense entre 1903 e 1906. Fez uma passagem pelo Governo, como Ministro da Instrução Pública, entre 18 de Junho e 29 de Novembro de 1915. Faleceu no Porto a 11 de Março de 1945.
 

 
JOAQUIM PEDRO MARTINS
15 de Março de 1916 a 25 de Abril de 1917

Nasceu em Casa Branca, Soure, a 23 de Dezembro de 1875.
Em Coimbra, onde cursou Direito ( 1894-1899 ), alcançou o doutoramento em 1901.
Dedicou-se à docência universitária, leccionando nas Faculdades de Direito de Coimbra ( 1902-1915 ) e de Lisboa ( 1915-1939 ). Vice-reitor da Universidade de Lisboa ( 1927-1928 ) e Director da Faculdade de Direito, a partir de 1929, viria a ser doutorado honoris causa pela Universidade de Lyon ( 1929 ).
Filiado, em 1905, no Partido Progressista – cuja ala dissidente integrou ainda nesse ano – transitou, com a República, para o Partido Evolucionista, prosseguindo depois a sua actividade política como independente Integrou o Governo, como Ministro da Instrução Pública, entre 15 de Março de 1916 e 25 de Abril de 1917. Preso no ano seguinte, por força do Sidonismo, viria a ocupar o cargo de Ministro junto da Santa Sé de 1919 a 1924. Regressou ao país para integrar de novo o executivo, como responsável pelos Negócios Estrangeiros, de 15 de Fevereiro a 1 de Julho de 1925. Publicou, entre outras obras, uma História Geral do Direito Romano. Faleceu em Lisboa, a 28 de Novembro de 1939.
 
 

ANTÓNIO JOSÉ DE ALMEIDA (interino)
28 de Junho de 1916 a 12 de Julho de 1916

Nasceu em Vale da Vinha, Penacova, em 18 Julho de 1866.
Oriundo de uma família de modestos lavradores ( José António de Almeida e Maria Rita das Neves e Almeida ) foi mandado para Coimbra onde se formou em 1895.
Médico, jornalista e político (que seria mais tarde o 6º Presidente da República ).assumiu-se como republicano desde os tempos da escola. Viveu aí intensamente o período do Ultimato ( 1890 ), distinguido-se por um contundente ataque ao rei D.Carlos publicado no jornal académico O Ultimato, intitulado Bragança, o último e que lhe valeu três meses de cadeia.
Concluído o curso de Medicina, embarcou para S.Tomé onde exerceu clínica ( 1896-1903 ), tendo-se especializado em doenças tropicais, o que lhe valeu amealhar uma pequena fortuna que depois o habilitariam à prática do jornalismo e da política. De regresso à Europa, e depois de um breve estágio em clínicas de Paris ( 1903-1904 ), abriu consultório em Lisboa, convertendo-se rapidamente no médico querido de uma vasta clientela popular.
Ingressando no Partido Republicano Português e, mais tarde, na Maçonaria, depressa se tornou numa das figuras mais conhecidas e prestigiadas do republicanismo, quer pelas suas qualidades de orador impetuoso e agressivo, quer pela rectidão do seu carácter.
Escreveu para vários jornais, sobretudo para A LUTA , dirigido por Brito Camacho a partir de 1 de Maio de 1907, mas foi no Parlamento ( 1906-1907 e 1908-1910 ), bem como nos comícios dos últimos anos da Monarquia que o seu talento oratório o impôs como caudilho indiscutível. Conspirador contra a ditadura de João Franco, preso e logo libertado após o Regicídio ( 1908 ), participou activamente na preparação do movimento republicano. Em 1910 fundou a revista ALMA NACIONAL que dirigiu e onde colaborou assìduamente até à proclamação da República. Em 1911 ( 15 de Janeiro ) inicia a sua publicação, dirigido por António José de Almeida, o jornal REPÚBLICA.
Daí a naturalidade da sua escolha para Ministro do Interior no Governo Provisório ( 5 de Outubro de 1910 a 3 de Novembro de 1911 ) o que não o impede de se desvincular do Partido em 20 de Outubro de 1911, na sequência de manifestações de trabalhadores no Rossio, em Lisboa.
Logo a 24 de Fevereiro de 1912 funda o Partido Evolucionista que acaba por grangear uma imagem direitista, mais pela prática de alianças e de atitudes parlamentares do que pelo enunciado dos seus princípios.
A 15 de Março de 1916 constitui-se o governo da União Sagrada em que Afonso Costa cede o seu lugar de chefe do executivo a António José de Almeida. Interinamente preenche a pasta da Instrução Pública de 28 de Junho a 12 de Julho de 1916.
Realizam-se a 6 de Agosto de 1919 eleições presidenciais, tendo sido eleito António José de Almeida que cumpre o seu mandato até 1923. Depois da sua substituição por Manuel Teixeira Gomes, em 6 de Agosto de 1923, ainda regressa ao Parlamento em 1925. Doente e prematuramente envelhecido veio a falecer, em Lisboa, a 31 de Outubro de 1929.
 

JOSÉ MARIA VILHENA BARBOSA DE MAGALHÃES
25 de Abril de 1917 a 10 de Dezembro de 1917

Nasceu em Aveiro, a 31 de Dezembro de 1879.
Cursou Direito tendo alcançado o Bacharelato em 1899.
Repartiu a vida profissional entre o exercício de advocacia – com escritório em Lisboa desde 1901 – e a docência na Faculdade de Direito de Lisboa (1914 - 1941).
No domínio político teve filiação nos partidos Dissidente Progressista e Democrático. Foi deputado às constituintes por Oliveira de Azeméis, mantendo o assento parlamentar até 1921, ano em que representou Aveiro.
Integrou o Governo, como Ministro da Justiça entre 22 de Dezembro de 1914 e 25 de Janeiro de 1915;como responsável pelo Ministério da Instrução de 25 de Abril até 8 de Dezembro de 1917;e como titular da pasta dos Negócios Estrangeiros de 6 de Fevereiro a 30 de Novembro de 1932. Já na vigência na Ditadura, além da Docência na Academia de Haia, exerceu actividade como membro da Comissão de Reforma do Código do Processo Civil (1935). Foi aposentado coercivamente em 1941. Faleceu em Lisboa a 5 de Abril de 1959.
 
 

ARTUR RODRIGUES DE ALMEIDA RIBEIRO (interino)
15 de Setembro de 1917 a 25 de Outubro de 1917

Nasceu em CADOIÇO, Fornos de Algodres, Guarda, a 30 Janeiro de 1865.
Fez estudos em Coimbra, cidade onde cursou Direito até alcançar o bacharelato, em 1885
Seguiu a carreira da magistratura, desempenhando funções como delegado e juiz de direito em várias colónias africanas, nos anos de 1886 a 1898, até se fixar como juiz da Relação de Luanda ( 1898 – 1907 ).
Regressado à metrópole foi juiz da Relação de Lisboa ( 1907 – 1919 ); ocupou ainda os cargos de juiz do Supremo Tribunal de Justiça ( 1919 – 1927 ) e de juiz auditor no Tribunal Militar que julgou os revoltosos de 1925. Filiado no Partido Republicano Português, a cuja Junta Consultiva pertenceu em 1913, veio a aderir ao Partido Democrático, formação que representou no apoio ao governo de Álvaro de Castro (Janeiro de 1924) e do qual veio a ser expulso em 1928. Era deputado por Pinhel quando, em 1913, foi empossado como Ministro das Colónias, a 9 de Janeiro. Manteve-se em funções até 9 Fevereiro de 1914, regressando no ano seguinte à Câmara dos Deputados, em representação da Guarda.
Em 1915 tomou conta da pasta do Interior desde 29 de Novembro desse ano até 15 de Março de 1916. Passou em seguida para o Ministério das Finanças, onde foi subsecretário no período de 18 de Maio de 1916 a 25 Abril de 1917, data em que reassume a titularidade no Ministério do Interior. Manteve-se como responsável  por esta pasta até 8 de Dezembro de 1917, cedendo o lugar à Junta Revolucionária sidonista.  Ainda que a título interino foi chamado a desempenhar as funções de Ministro da Instrução Pública, de 11 de Dezembro de 1917 a 25 de Outubro de 1917.
Preso pelo novo regime, conheceria a prisão entre Outubro e Novembro de 1918.
Regressa à Câmara de Deputados, desta vez por Lisboa Ocidental, no período de 1921 a 1925, recusando-se porém a candidatar-se às eleições deste último ano. No ano da instauração da Ditadura ascendeu a Vogal efectivo do Conselho Superior das Colónias, cargo que manteve até 1935. Faleceu em Lisboa, em 7 de Maio de 1943.
 


JOSÉ ALFREDO MENDES DE MAGALHÃES
11 de Dezembro de 1917 a 7 de Março de 1918
7 de Março de 1918 a 23 de Dezembro de 1918
23 de Dezembro de 1918 a 27 de Janeiro de 1919

Nasceu a 20 de Abril de 1870, em S.Salvador de Gandra, Valença do Minho.
Concluído o liceu, ingressou na Academia Politécnica ( 1889-1892 ) e na Escola Médico-Cirúrgica ( 1890-1896 ), obtendo o grau de bacharel nesta última instituição. Frequentou ainda a Universidade de Paris ( 1898 ), cidade em que exerceu clínica nos hospitais de Saint Louis e Broca Pascal. Repartiu a vida profissional entre a actividade médica e a docência na Escola Médica do Porto ( 1902-1910 e 1919-1942 ) e no Instituto Superior de Comércio portuense.
Filiou-se no Partido Republicano e, após 1926, na União Nacional. A República levou-o a Governador Civil de Viana ( 1910-1911 / 1911 ) e a deputado por Lisboa em 1910-1911. Desempenhou ainda as funções de delegado do Governo da Madeira e de Governador Geral de Moçambique ( 1912-1913 ) retomando, em 1915, o assento parlamentar em representação desta colónia.
A partir de 11 de Dezembro de 1917, foi sucessivamente Ministro da Instrução ( 11 De Dezembro de 1917 a 7 de Março de 1918; entre esta data e 23 de Dezembro do mesmo ano; e, por último, de 23 de Dezembro de 1918 a 27 de Janeiro de 1919 ), pasta que acumulou com a da Marinha ( 7 a 9 de Março de 1918 e 18 a 23 de Dezembro desse mesmo ano ). Com a Ditadura ascendeu novamente à pasta da Instrução, no período de 22 de Novembro de 1926 a 18 de Abril de 1928 ).
Exerceu ainda os cargos de Presidente da Câmara Municipal do Porto ( 1933-1937 ) e de Procurador à Câmara Corporativa ( 1935-1937 ). Faleceu no Porto a 17 de Outubro de 1957.
 


DOMINGOS LEITE PEREIRA
27 de Janeiro de 1919 a 30 de Março de 1919

Nasceu em Braga, a 19 de Setembro  de 1882.
Após ter concluído o liceu na sua cidade natal, em 1899, rumou a Coimbra para cursar Teologia ( 1899 – 1904 ) onde obteve o bacharelato. Viria ainda a ingressar, em Lisboa, no Curso Superior de Letras.
Professor liceal de Filosofia e de Literatura Latina, dedicou muita da sua actividade ao jornalismo, quer como redactor efectivo do jornal portuense Pátria, quer como co-fundador de A Verdade  (semanário republicano bracarense ) e do Radical.
Militou sempre no Partido Republicano Português, salvo o período de Novembro de 1920 a Dezembro de 1921 em que integrou a ala dissidente.
O seu percurso na vida política do país alargou-se à gestão autárquica ( Presidente da Câmara de Braga, em 1910-1911 ), ao parlamento ( deputado por Barcelos ( 1911-1915 ) e por Braga (1915-1917, 1919-1921, 1921-1922, 1922-1925 e 1925-1926 ) chegando a Presidente da Câmara dos Deputados ) e também ao Governo, onde se ocupou de diferentes áreas: Instrução, de 28 de Janeiro a 30 de Março de 1919, Colónias, por duas vezes ( entre 20 e 30 de Março de 1919 e entre 22 e 30 de Setembro de 1925 ), Interior, de 1 de Agosto a 17 de Dezembro de 1925, culminando com a Presidência do Ministério em três momentos diferentes   (30 de Março a 29 de Junho de 1919, 21 de Janeiro a 8 de Março de 1920 e 1 de Agosto a 17 de Dezembro de 1925 ).
Teve papel importante na oposição à Ditadura e ao Estado Novo depois de 28 de Maio de 1926.
Terminada a carreira política foi nomeado presidente da Companhia de Seguros Douro, lugar que ocupou até à sua morte, no Porto, em 27 de Outubro de 1956.
 


LEONARDO JOSÉ COIMBRA
30 de Março de 1919 a 30 de Junho de 1919

 
Nasceu em Lixa, Felgueiras, a 29 de Dezembro de 1883.
Entrou para a Universidade de Coimbra (Faculdade de Filosofia), que frequentou até 1903. Passou depois à Escola Naval ( 1903 – 1905 ), que logo abandona para se matricular na Academia Politécnica do Porto ( 1905 – 1909 ).
Anarquista e republicano, distinguiu-se no Porto, nos anos de 1907 – 1908, como uma das figuras mais representativas do anarquismo juvenil, aderindo calorosamente à greve antifranquista dos estudantes (1907) e colaborando em periódicos menos alinhados ( Azorrague, A Vida ).
Em 1908, com Jaime Cortesão e Álvaro Pinto, fundou no Porto o Grupo ABC, que, destinado a combater o analfabetismo, conseguiu ensinar a ler e a escrever muitas centenas de pessoas humildes. Também com Jaime Cortesão fundou a Nova Silva ( 1907 ), de orientação anarquista.
Em 1909 vem para Lisboa, matriculando-se no Curso Superior de Letras (curso de habilitação para o magistério), que frequenta até 1911. Inicia neste mesmo ano uma carreira profissional ao ser nomeado professor do Liceu Nacional do Porto. A República designa-o administrador do concelho da Maia (1911) e director do Colégio dos Órfãos de Braga, que abandonou ao fim de pouco tempo. Foi como professor que prosseguiu a sua actividade, repartida entre o Porto (1911 – 1913) e Lisboa (1914 – 1918), colaborando em numerosos jornais e revistas, escrevendo sobre filosofia, didáctica, literatura e política.  Novamente com Jaime Cortesão, Raul Proença (e outros) ligou-se à Renascença Portuguesa  1912), ambiciosa organização de intelectuais que tinha por intenção promover a maior cultura do povo português, por meio da conferência, da revista, do livro, da biblioteca, da escola.
O seu primeiro livro, O Criacionismo, data de 1912; no ano seguinte publica a sua conferência A Morte; de 1914 data O Pensamento Criacionista, complemento da sua tese O Criacionismo, editada dois anos antes. Em 1916 publica A Alegria, A Dor e A Graça, onde, como noutros livros seus, o filósofo e o artista colaboram ou se fundem na mesma personalidade para a criação deste literário e belo tríptico. Segue-se em 1918 A Luta pela Imortalidade, afirmação do seu já bem definido espiritualismo.
Filia-se no Partido Republicano Português, ascendendo a Ministro da Instrução Pública em três momentos (30 de Março a 30 Junho de 1919, 30 de Novembro de 1922 a 7 de Dezembro de 1922 e de 7 de Dezembro de 1922 a 9 de Janeiro de 2003). Saído da governação regressa definitivamente ao ensino, criando algumas incompatibilidades ao advogar a tolerância para com o ensino religioso nas escolas particulares. Publica em 1923 A Razão Experimental, Guerra Junqueiro e Jesus, a que se seguem Do Amor e da Morte em 1924 e S.Francisco de Assis e Notas sobre a Abstracção Filosófica e o Silogismo, em 1927. Prosseguindo, escreve e publica em 1934 A Filosofia de Bergson concluindo os seus escritos em 1935 com A Rússia de Hoje e o Homem de Sempre. Converte-se ao catolicismo no Natal de 1935, casando então rteligiosamente. Morre a 2 de Janeiro de 1936.
 
 

JOAQUIM JOSÉ DE OLIVEIRA
30 de Junho de 1919 a 15 de Janeiro de 1920

Nasceu em Marrancos, Vila Verde, Braga, em Janeiro  de 1880.
Estudou no Seminário de Braga, de onde saiu para, em 1896-1897, frequentar o liceu daquela cidade. Seguiu depois para Coimbra para cursar Teologia ( 1898-1901 ) e Direito ( 1903-1907 ), obtendo o bacharelato em ambos os cursos.
Exerceu advocacia em Vila Verde. Em Braga, até 1935, desempenhou as funções de Conservador da Biblioteca Pública, de Presidente da Comissão Municipal e de Conservador do Registo Civil. Grande proprietário na sua região de origem pertenceu à Maçonaria.
Iniciou a sua acção política ainda estudante, destacando-se como um dos mais intransigentes propulsores da greve académica de 1907. Militou nos partidos Republicano Português e Reconstituinte. Candidatou-se a deputado, por Braga, em 1910, mas só logrou representar o seu círculo no parlamento em 1911, a que se seguiram novos mandatos em 1915, 1919 e 1922. Ocupou a pasta da Instrução entre 19 de Junho de 1919 até 15 de Janeiro de 1920; reempossado no dia seguinte, manteve-se em exercício por cinco dias, deixando definitivamente o Governo a 21 do mesmo mês. Faleceu na terra natal a 13 de Novembro de 1935.
 
 
 
AFONSO DE MELO PINTO VELOSO
15 de Janeiro de 1920 a 21 de Janeiro de 1920

Nasceu em Águeda, a 9 de Setembro de 1878.
Cursou Direito na Universidade de Coimbra onde obteve a Licenciatura em 1898.
Seguiu a carreira da magistratura, desempenhando funções como subdelegado do procurador régio e a partir de 1899, o cargo de delegado do procurador régio na Lourinhã. Em 1910 é nomeado juiz auditor administrativo de Beja, lugar que ocupa até 1911. Entre 1911 e 1929, é agente do Ministério Público na Lourinhã, Estarreja e Viseu. A partir de 1927, é juiz desembargador do tribunal da Relação e em 1932 adjunto do juiz auditor do Supremo Tribunal Militar e juiz conselheiro do Supremo Tribunal de Justiça. Designado para a presidência do Supremo Tribunal de Justiça, aposenta-se em 1948, por limite de idade. Para além da sua actividade profissional, chegou a assumir a presidência das assembleias-gerais da Companhia de Seguros e do Banco de Portugal, a presidência da direcção da Companhia das Lezírias e a presidência do conselho de administração das Companhias Reunidas Gás e Electricidade. A sua acção política é igualmente intensa. Assim, em 1910 é nomeado governador civil do Funchal e em 1917-1918 senador pelos sindicatos agrícolas.
Teve a sua primeira pasta ministerial, a da Justiça (de 23 de Dezembro de 1918 a 7 de Janeiro de 1919) vindo posteriormente a da Instrução Pública que ocupou entre 15 de Janeiro de 1920 e 21 de Janeiro de 1920.
Foi eleito deputado nas eleições de 10 de Julho de 1921, 29 de Janeiro de 1922 e 8 de Novembro de 1925, tendo de 2 de Dezembro de 1922 a 28 de Maio de 1926 desempenhado o cargo de vice-presidente da Câmara dos Deputados.
Como jurisconsulto e publicista, colaborou em diversas revistas de direito e jornais de Lisboa e da província com trabalhos da sua especialidade. Da sua autoria são, entre outras, as seguintes obras: A Colónia Penal de Sintra (relatório e regulamento orgânico – 1913 - ; Portugal, potência europeia e a necessidade da sua preparação para a guerra – 1913 ; a Pena de Morte – 1932 ; Implantado o novo regime com a revolução de 28 de Maio de 1926, continua a sua carreira política, sendo nomeado pelo Conselho Corporativo como procurador à Câmara Corporativa, na qualidade de representante da Administração Pública a 2 de Janeiro de 1935. Permanecerá na Câmara até à sua morte que ocorreu a 15 de Fevereiro de 1968 em Lisboa (3ª sessão legislativa da IX Legislatura).
 

JOÃO DE DEUS RAMOS
21 de Janeiro de 1920 a 8 de Março de 1920

Nasceu a 26 de Abril de 1878, em Lisboa.
Obteve o bacharelato em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, onde estudou de 1897 a 1902.
Desenvolveu importante actividade em prol da educação: na sequência da iniciativa de Casimiro Freire que, em Maio de 1882, criara a Associação de Escolas Móveis, com o fim de ensinar a ler, escrever e contar pelo método de admirável rapidez, do Senhor Dr. João de Deus (seu pai, autor da Cartilha Maternal, publicada em 1876), dá origem aos Jardins Escola João de Deus ( o primeiro dos quais em Coimbra, em 1911 ),e fundando o Museu João de Deus.
Pertenceu à Maçonaria, tendo sido iniciado em 1909 na Loja Solidariedade sob o nome simbólico de Antero.
Após ter mantido filiação no Partido Republicano Português, prosseguiu a sua acção política como independente. Foi Governador Civil da Guarda ( 1912 ) e de Coimbra (1913 ) e deputado por Lamego, entre 1913 e 1915 e 1915-1917.
Integra o Governo, como Ministro da Instrução, entre 21 de Janeiro e 8 de Março de 1920. Foi candidato por Lisboa à Câmara dos Deputados, em 1922, regressando ao executivo, para ocupar a pasta do Trabalho entre 22 de Novembro de 1924 e 15 de Fevereiro de 1925.
Da sua obra, destacam-se a Reforma do Ensino Primário (1911), A Reforma do Ensino Normal(1912),O Estado Mestre Escola e a Necessidade das Escolas Primárias Superiores(1924), A Criança em Portugal antes da Educação Infantil (1940). Faleceu em Lisboa, a 15 de Novembro de 1953.
 
 

VASCO BORGES
8 de Março de 1920 a 26 de Junho de 1920

Nasceu em Lisboa, a 23 de Setembro de 1882.
Cursou Direito em Coimbra, onde concluiu o curso em 1905.
Exerceu advocacia, ingressando na magistratura assumindo, na Golegã, o cargo de juiz de 3ª classe (1919), de 2ª classe em 1925 e de 1ª classe em 1928. Passa a juiz do Tribunal de Execuções Fiscais em 1936, ascendendo a desembargador em 1938, no Porto e depois em Lisboa. Filiado no Partido Democrático, aí regressa depois de uma incursão pelo Grupo Democrático Dissidente.
Parte para o exercício de funções políticas como Governador Civil do Funchal em 1914 e em 1917 na Guarda. É eleito deputado pelo círculo da Guarda em 1919, lugar que continua a ocupar em 1919, 1921, 1922 e 1925. Entre 1920 e 1926 desdobra-se, intermitentemente, por várias pastas no Governo: da Instrução, entre 8 de Março e 26 de Junho de 1920; do Comércio, de 5 de Novembro a 16 de Dezembro de 1921; do Trabalho, a partir de 6 de Fevereiro até 30 Novembro e, desde este dia, até 7 de Dezembro de 1922; finalmente, dos Estrangeiros que abandona em 30 de Maio de 1926. Viria a aderir ao Estado Novo, proferindo, em Dezembro de 1934, uma conferência na Emissora Nacional, explicitando as razões do seu apoio à Ditadura. Faleceu, em Lisboa, a 17 de Fevereiro de 1942.
 

AUGUSTO PEREIRA NOBRE
26 de Junho de 1920 a 19 de Julho de 1920
30 de Novembro de 1920 a 2 de Março de 1921
6 de Fevereiro a 30 de Novembro de 1922

Nasceu no Porto a 23 de Junho de 1865. António Nobre (1867-1900) era seu irmão.
Frequentou a Faculdade de Filosofia, em Coimbra, onde se manteve até 1885, ano em que regressou ao Porto, ingressando na Academia Politécnica. Completou os estudos no estrangeiro: no Museu Allen, no Laboratório de Altos. Estudos e no Museu de História Natural de Paris. Frequentou a Universidade de Montpellier até 1890. Licenciado em Ciências Histórico-Naturais no ano de 1912 dividiu a vida profissional entre as actividades de professor universitário (extraordinário em 1912, catedrático a partir de 1915). Foi Reitor da Universidade do Porto de 1919 a 1925. Leccionou na Faculdade de Farmácia nos anos de 1920 a 1927.
Filiado no Partido Republicano Português, e também na Maçonaria, foi deputado pelo Porto em várias legislaturas (1913, 1915, 1919, 1921 e 1922). Era Chefe de Gabinete do Ministro da Instrução quando, a 26 de Junho de 1920, ascendeu a titular da pasta até 19 de Julho seguinte, reassumindo o lugar entre 30 de Novembro de 1920 e 2de Março de 1921 e, novamente, de 6 de Fevereiro até 30 de Novembro de 1922. Faleceu em 1946, no Porto, a 13 de Setembro.
 
 

FRANCISCO GONÇALVES VELHINHO CORREIA (interino)
19 de Julho de 1920 a 20 de Julho de 1920

Nasceu em Lagos a 6 de Outubro de 1882.
Estudou em Lisboa, frequentando o Instituto Comercial e Industrial e, depois de assentar praça (1918 ), a Escola do Exército.
Dividiu-se, profissionalmente, entre as carreiras de oficial do exército e de professor, tendo exercido a docência, de 1917 a 1943, na Escola Superior Colonial e também na Escola Militar. Filiou-se no Partido Republicano Português, tendo desenvolvido actividade política em Macau, território pelo qual foi deputado em 1915-1917 e por Silves em 1919.
É empossado como Ministro do Comércio e Comunicações a 19 de Julho de 1920, onde se manteve até 20 de Novembro, assumindo interinamente a pasta da Instrução Pública de 19 a 20 de Julho de 1920.
Regressa ao Parlamento, ainda por Silves, entre 1921 e 1922, para de novo voltar ao Executivo, agora com a pasta das Finanças, de 13 de Agosto a 24 de Outubro de 1923. Afastado da vida pública, viria posteriormente a aderir ao Estado Novo, passando por procurados à Câmara Corporativa ( a partir de 1935 ) e Vice-Governador (por parte do Estado) do Banco Nacional Ultramarino. Faleceu em Lisboa, a 22 de Outubro de 1943.
 
 

ARTUR OCTÁVIO DE REGO CHAGAS
20 de Julho de 1920 a 14 de Setembro de 1920

Nasceu em Tavira, a 12 de Setembro de 1869.
Frequentou a Escola do Exército e o Curso do Estado-maior, Oficial do exército na arma de Artilharia, passou à disponibilidade em 1922, à reserva em 1926, reformando-se em 1939.
Foi membro do Partido Republicano Português, tendo desenvolvido acção política como senador por Faro (1919, 1921, 1922 e 1925). Ocupou a pasta da Instrução entre 20 de Julho e 14 de Setembro de 1920. Morreu em Tavira, a 25 Maio de 1944.
 
 
 

FELISBERTO ALVES PEDROSA (interino)
14 de Setembro de 1920 a 21 de Outubro de 1920

Nasceu em Lisboa a 28 de Setembro de 1862.
Nesta cidade cursou a arma Infantaria na Escola do Exército, vindo a seguir a carreira militar. Mobilizado na I Guerra Mundial, comandou a brigada de Infantaria no Corpo Expedicionário Português (Flandres, 1917-18). Feito prisioneiro pelas tropas alemãs, a sua actuação no conflito valeu-lhe a Cruz de Guerra. Manteve actividade política como republicano. Independente, ocupando a pasta do Interior e da Instrução Pública, de 14 de Setembro a 21 de Outubro de 1920. Após a instauração da Ditadura ocupou ainda o cargo de Ministro da Agricultura (1926-1928). Faleceu em Lisboa, a 3 de Julho de 1937.
 
 

JÚLIO DANTAS
21 de Outubro de 1920 a 20 de Novembro de 1920
20 de Novembro de 1920 a 30 de Novembro de 1920
 
Nasceu em Lagos, a 19 de Maio de 1876.
Ingressou, em 1886, no Colégio Militar, onde se manteve até 1892.Foi admitido na Escola Médico-Cirúrgica em Lisboa onde, em 1900, se licenciou em Medicina.
Médico militar, entre 1902-1903, desenvolveu posteriormente larga actividade como escritor e professor de arte dramática no Conservatório (1909-1930).
Foi comissário do Governo junto do teatro D.Maria II entre 1906 e 1912, director da secção de arte dramática do Conservatório (1909-1912), inspector das Bibliotecas Eruditas e Arquivos, de 1912 a 1916, presidente da Sociedade de Escritores e Compositores Teatrais  (1925-1926), professor e inspector do Conservatório Nacional (1930-1935). Autor multifacetado – teatro, poesia, conto, romance, tradução e ensaio – viu, na época, alguns dos seus textos alcançarem grande êxito, mais tarde adaptados a óperas, operetas e cinema. O drama e o romance histórico, tendo como findo o século XVIII, grangearam alguma projecção, mas também a crítica acerada de autores modernos de que é paradigma Almada Negreiros através do conhecido Manifesto Anti-Dantas.
Passou pelos partidos Reconstituinte, Progressista e Nacionalista.  Convidado por Bernardino Machado, em 1914, para ministro dos Negócios Estrangeiros, só entraria para o executivo quando ocupou a pasta da Instrução entre 21 de Outubro e 20 de Novembro de 1920, experiência logo repetida entre 20 e 30 de Novembro do mesmo ano. Regressou ao Governo por mais duas vezes, agora à frente dos Negócios Estrangeiros: de 16 de Dezembro de 1921 a 6 de Fevereiro de 1922 e de 15 de Novembro a 18 de Dezembro de 1923. Efectuou diferentes missões ao Brasil e foi membro da Comissão Internacional de Cooperação Intelectual da Sociedade das Nações entre 1933 e 1943.
Sob o Estado Novo foi procurador à Câmara Corporativa (1935-1959). Faleceu em Lisboa a 25 de Maio de 1962.

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