ANTÓNIO DA COSTA DE SOUSA MACEDO
CARLOS BENTO DA SILVA (interino) Nasceu em Lisboa a 21 de Março de 1812.
A vitória do liberalismo, em 1833, trouxe-lhe um lugar no serviço público, para onde entrou, como amanuense do Ministério da Fazenda, em 24 de Agosto daquele ano, tendo transitaso, em comissão, para o Ministério dos Negócios Estangeiros em 1852. A sua vida política foi longa e activa, atravessando 22 legislaturas. Enquanto deputado, participou em numerosas comissões, sendo de destacar as da Revisão da Lei Eleitoral (1842 e 1846) e a Comissão Especial para a Reforma da Carta Constitucional (1872 e 1873). Teve a sua primeira pasta ministerial, a das Obras Públicas (de 14 de Março de 1857 a 16 de Março de 1859) no governo do Marquês de Loulé´vindo posteriomente a pasta da Marinha e Ultramar (4 Julho 1860-21 Fevereiro 1862). Ocupou a pasta da Instrução, interinamente, entre 30 de Agosto e 1 de Setembro de 1870. Depois do longo consulado regenerador de Fontes Pereira de Melo (1871-1877), reapareceu no governo, pele última vez, co ministro da Fazenda, entre 5 de Março de 1877 e 29 de Janeiro de 1878. Faleceu em Lisboa a 16 de Dezembro de 1891. ANTÓNIO ALVES MARTINS (interino) 29 de Agosto de 1870 a 27 de Dezembro de 1870 Nasceu na Granja de Alijó, a 18 de Fevereiro de 1808. Com 16 anos tomou o hábito franciscano da Congregação da Terceira Ordem no Convento de N.ª Sr.ª de Jesus em Lisboa. Concluído o noviciado e tomados os votos, mudou-se para Évora (1825), onde estudou Filosofia no Colégio do Espírito Santo. No ano seguinte matriculou-se no Colégio das Artes em Coimbra e aí frequentou aulas de Matemática, Filosofia e Teologia. Quando cursava o 3.º ano de Filosofia foi dado como cúmplice do levantamento liberal contra D. Miguel que eclodiu no Porto em Maio de 1828, sendo expulso da Universidade. Com o colapso do levantamento, regressou à vida conventual, onde o miguelismo o foi buscar em 1832 para exercer o cargo obrigatório de capelão da Armada na fragata Pérola. Lembrado o passado liberal do prelado, o regime prendeu-o na cadeia de Coimbra, julgou-o e condenou-o à morte por fuzilamento, sentença não executada já que logrou evadir- se a caminho da execução marcada para Viseu (1832). Terminada a guerra civil entre liberais e absolutistas, Alves Martins retomou os estudos em Coimbra, onde se doutorou em Teologia em 1839. Em 1842 foi eleito deputado por Trás-os-Montes e é a partir dessa data que a sua carreira pública adquire notoriedade. Durante a guerra civil de 1846-1847 alinhou, naturalmente, pelo lado da Patuleia, da qual deixou uma crónica instrutiva (O Nove de Outubro). Em 1862 foi apresentado e confirmado Bispo de Viseu, fazendo a sua entrada solene na Sé da cidade em 25 de Janeiro de 1863. Não foi menos polémico como prelado do que como politico. Em Roma, onde se deslocara em 1863 para as comemorações de S. Pedro, recusou-se publicamente, com grande escândalo diplomático, a assinar uma mensagem ao Papa em que os demais bispos ali reunidos faziam votos pele perpetuação do poder temporal e pela consagração da infalibilidade do Pontífice. Perdeu o lugar de deputado por incompatível com o Bispado (1863), mas ganhou o estatuto de par do Reino em 1864. De 29 de Agosto de 1870 a 27 de Dezembro do mesmo ano titula, interinamente, o Ministério das Negócios da Instrução Pública. Faleceu no Paço Episcopal do Fontelo, em Viseu, no ano de 1882. |