Escola Secundária Rainha D. Leonor Alegoria à Expansão Portuguesa 158cm x 265cm N.º de inventário: ME/402631/8 Trabalho executado em diferentes bocados, em malha de liga sobre tecidos de lã, que eram pedidos às alunas pela professora de Lavores, Leonor Barata. Esta obra é uma síntese de vários elementos alusivos aos Descobrimentos e a um certo panteísmo, presente na estrela, envolta em ramos, e no sol espiralado, que se desenvolve em copa de árvore a partir de um tronco, à esquerda do observador. As representações centrais são uma nau aparelhada e as personagens que a enquadram: a figura mais estilizada que agarra uma âncora e que poderá ter a significação dupla da Esperança e da estabilidade no mar e, do outro lado da nau, o homem jovem, em cabelo, vestindo um balandrau vermelho e que tem uma cruz pendurada na mão, aludindo ao predomínio da mentalidade cristã na época das Descobertas. O homem parece chorar, tapando a cara com a mão e expressando assim a dor de partida. Duas figuras femininas completam o conjunto humano: à nossa direita, uma mulher mais velha, grisalha, de mãos postas e cabeça inclinada, em atitude de desgosto, sugere a mãe confrontada com a separação; à esquerda, uma mulher mais jovem, com um lenço numa das mãos, pronta para dizer adeus, poderá representar a esposa ou a irmã de quem o homem vai afastar-se. Aos pés dele estão dois cães que, nos séculos XV e XVI, faziam parte da vida doméstica e simbolizavam a fé e a fidelidade. À nossa direita, no canto inferior, figuram dois padrões de pedra com 5 quinas, como os que assinalavam, ao longo das costas, a presença dos marinheiros portugueses durante os Descobrimentos. Este trabalho foi realizado com intenções pedagógico-didácticas, na década de 1960, tendo também como objectivo a decoração do novo edifício do Liceu Rainha D. Leonor, situado, desde 1961, na Rua Maria Amália Vaz de Carvalho, no Bairro de Alvalade, em Lisboa. Abril 2007 |