Secretaria-geral

Agosto 2008

Material didáctico

Escola Secundária D. João de Castro

Motor Diesel a 2 tempos (modelo)


Altura: 37 cm;
largura:
13 cm;
comprimento: 20,5 cm

Nº de inventário: ME/ESDJC/1082

 
Trata-se de um modelo didáctico tridimensional de um motor de explosão, mostrando, em corte, os principais componentes internos de um motor diesel a 2 tempos. Dotado de partes móveis, o modelo era utilizado nas aulas de Física para demonstração do modo de funcionamento dos motores do tipo representado.

A actividade dos mecanismos a diesel é originada pela compressão do ar e do combustível até ao ponto em que a mistura, no interior da câmara de combustão, atinge uma pressão e uma temperatura suficientes para provocar a explosão. Desde que o arranque se processe, o motor continua a rodar por si próprio, desde que o fluxo de ar e combustível não seja interrompido.


Um pouco de História:
“Quando nasceu, o engenho do alemão Rudolph Diesel pesava cinco toneladas, não passava dos 20 cavalos e das 172 rotações por minuto. Depois, destronou o vapor, e hoje rivaliza com a gasolina em veículos ligeiros. Marcou uma era na indústria e nos transportes; agora, o futuro dessa mesma indústria depende de preocupações ambientalistas e dos progressos de uma tecnologia sustentada.


Verão de 1898
No Verão de 1898 foi organizada em Munique a primeira mostra de motores de quatro cilindros sob a designação comum de “diesel”. Visitantes de todo o mundo puderam então observar as primeiras unidades comerciais deste tipo, pelo que foi a partir desta exposição que o nome do inventor alemão nascido 40 anos antes começou a ganhar a fama de que ainda hoje goza, apesar das grandes transformações tecnológicas registadas ao longo de um século.
Rudolph Diesel não assistiu, porém, ao triunfo total do seu invento, pois morreria logo em 1913, num acidente ao atravessar o Canal da Mancha.


Recuando no tempo
Recuando no tempo, o desenvolvimento deste tipo de máquinas iniciou-se em 1890, quando o inglês Herbert Akroyd Stuart pôs em funcionamento um motor de compressão-ignição, obtendo resultados surpreendentes em termos de capacidade energética, especialmente quando comparado com os grandes motores. A grande envergadura era, ainda assim, apesar de tudo, um dos seus principais inconvenientes. Mas foi através de Rudolph Diesel que a nova tecnologia se tornou conhecida no mundo, a partir do momento em que este alemão nascido em Paris patenteou a sua «Teoria para a construção de um motor térmico para substituir o motor a vapor e outros motores de combustão interna de uso corrente». Diesel, que fez os seus estudos na capital francesa, dedicou-se à procura de uma unidade para substituir o motor a vapor e para competir com o propulsor a gasolina que se usava na época, e que era altamente perigoso.

O motor Diesel resolvia o problema de lidar com os combustíveis muito inflamáveis, já que a solução passava pela utilização de um produto menos refinado. Surgia assim uma alternativa mais económica à gasolina.


O primeiro motor a diesel
O primeiro motor a diesel de sempre foi fabricado pela firma Augsburg Maschinenfabrik, a actual MAN. Era uma máquina que desenvolvia uma potência de 20 cavalos, a uma velocidade de apenas 172 rotações por minuto. Devido ao seu peso e tamanho, este motor só podia ser utilizado em unidades estacionárias para a produção de energia. A expansão destes novos mecanismos começou lentamente, através da utilização em fábricas de descasque de cereais e de operações de bombagem de água. Hoje em dia, a tecnologia idealizada por Diesel faz parte do nosso quotidiano, utilizada em toda a parte, com todas as aplicações possíveis.


A primeira locomotiva a diesel
A primeira locomotiva movida com um motor diesel entrou em funcionamento na Alemanha, em 1902. A primeira experiência de utilização de um motor de explosão num veículo deste tipo fora levada a cabo oito anos antes, pela empresa Priestmans, que concebeu e utilizou um motor de ignição por faísca. Mas os resultados foram decepcionantes, e a experiência ainda não serviu, dessa vez, para destronar as máquinas a vapor.

Apesar da rápida evolução das locomotivas diesel a partir do princípio do século XX, Portugal teve de esperar até 1948 para usufruir dos serviços deste tipo de máquinas.


Conquistando adeptos
O motor diesel foi, entretanto, conquistando adeptos e utilizações cada vez mais diversificadas, especialmente na indústria naval, que assim conseguia, através da utilização de um combustível mais eficiente, diminuir a carga de produtos necessários ao funcionamento das máquinas nos navios, além de aumentar a sua rendibilidade. O binário que o motor diesel possui, especialmente a baixas rotações, também contribuiu para o transformar num parceiro ideal para esta sua “vocação” naval.

Actualmente, grande parte dos transportes rodoviários beneficia da invenção de Rudolph Diesel, mas a sua aplicação nos automóveis e nos camiões não foi imediata. A avantajada envergadura dos mecanismos e o método de comando de injecção dificultavam a sua aplicação em meios de locomoção. Os fabricantes, no entanto, começaram a ver as vantagens que o diesel possuía em relação ao seu concorrente, a gasolina, quer em termos de segurança, quer pelo facto de não necessitar de velas e distribuidor. Estas características significavam uma maior simplicidade quanto a sistemas auxiliares eléctricos, uma vez que o único equipamento necessário deste género são as velas de incandescência, que permitem aquecer o ar nos primeiros momentos antes de o motor entrar em funcionamento. Depois desta época pioneira, todos os outros grandes fabricantes de automóveis se dedicaram a aperfeiçoar motores diesel que lhes pudessem proporcionar modelos competitivos perante os líderes de mercado.

O sonho do inventor Rudolph Diesel continua, assim, vivo após mais de um século de intensa utilização, e só a evolução de novas tecnologias energéticas poderá dizer durante quantos anos mais continuaremos a usufruir dos benefícios da herança do Sr. Diesel.”*

 
*CASIMIRO, Jorge - A HERANÇA DO SR. DIESEL - I, PROGRAMA INTERNET NA ESCOLA, Ciência e Sociedade – XXVIII, @lquimias 51, Fev. 2002.

 
Agosto de 2008

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